Pensei mil vezes em não te deixar entrar. Tinha medo, muito medo na verdade, que também tu me magoasses e fizesses de mim aquilo que querias. Julguei até nunca conseguir mostrar-te aquilo que realmente sou. Aquela capa fria teimava em não sair.
Mas tu foste tentando, sem nunca desistires de mim. Acho que sempre soubeste que no fundo eu não era assim, que por trás de todo aquele ar de "não quero saber de ti" e "pouco me importa o que tu pensas" haveria alguém com muito amor para dar.
Foste tu, não eu, que fez com que tudo mudasse, com que eu redescobrisse em mim a pessoa que há muito pensava perdida no fundo das minhas memórias. Conseguiste ir buscar tudo o que era bom em mim. Conseguiste "buscar-me". Encontraste os meus sonhos, as minhas alegrias, o meu lado bom, mas também percebeste as minhas fragilidades, os meus medos e quais os pontos que saberias que se tocasses iriam facilmente fazer-me de novo ser quem eu não queria.
Fizeste-me lutar e acreditar naquilo que sempre achei impossível. Mostraste-me que só se vive uma vez e que juntos seríamos muito mais do que separados. Descobri que os nossos defeitos e as nossas qualidades encaixam perfeitamente uns nos outros e só um "nós" faria sentido.
Se esperava encontrar-te? Talvez tivesse esperança de alguma coisa, mas de ti tenho esperança agora que te vejo e te posso tocar.


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